A Mini foi resgatada do
Canil/Gatil Municipal de Lisboa a
24/07/09, juntamente com 2 outros gatos da colónia de rua onde ela nasceu e vivia (muito possivelmente, com o susto da perseguição, acabou por se desorientar, perdendo-se dos
seus irmãos e da sua mãe).
Foram salvos numa verdadeira luta contra o tempo, já quase em cima do prazo para o seu abate.
Nessa altura, a Mini tinha cerca de 2 meses e, durante a clausura no Canil/Gatil,
encontrou amparo na jovem gata preta e branca, Luna (que fora recentemente mãe e também perdera os seus filhotes).
De início, esta gatinha de pêlo comprido fartava-se de bufar, aninhando-se sempre perto de Luna, em busca de protecção.
Com o passar dos dias, Mini começou a revelar-se mais dócil, acedendo a todos os tratamentos; mas não compreendendo ainda lá muito bem
o que deveria fazer quando se lhe colocava um comprimido na boca (e permanecendo com ela bem aberta).
É, de facto, impressionante a capacidade de regeneração dos animais, após terem sido submetidos a algum tipo de tortura...
Um mês após o seu resgate, Mini já aprendera a brincar e confiava no ser humano.
Por vezes, Mini permanecia longos momentos aninhada na sua caminha, com um
olhar extremamente contemplativo, o que nos levava a pensar no longo futuro que ainda teria pela frente e em como gostaríamos que encontrasse um lar onde fosse feliz e tivesse muito amor e carinho.
Infelizmente, quis o destino que a "nossa" Mini não vivesse mais do que apenas 6 meses (demasiado curto prazo de vida para um ser tão singelo, que já passara pelas piores provações!)!...
No dia 09/11/09, foi levada ao veterinário, porque nos parecia um pouco mais magrinha do que era habitual (Mini nunca foi uma gata gorda e era demasiado pequena para a sua idade) e, por vezes, não comia em condições (mas de resto, o seu estado geral continuava normal). Foi examinada e recolhido sangue para se fazerem análises, de modo a verificar o que a pequerrucha teria.
Mini viria a falecer na madrugada de 10/11/09, sem que ninguém previsse ou sequer esperasse tal desfecho.
Mini viveu apenas 6 curtos meses (prazo de vida demasiado injusto e atroz!)... Mas teve amor e carinho, e faleceu na sua caminha acompanhada por um dos gatos de casa da Cecília (e não nas ruas onde nascera).
Nos últimos momentos, quisemos preservar a sua dignidade e respeitar o tempo que connosco viveu, pelo que não a entregámos para incineração
no local onde tanto mal sofrera, tendo antes utilizado os serviços da
"Funerária Animal" (que trabalha com a
Fundação São Francisco de Assis).